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terça-feira, 17 de maio de 2011

Prontuário eletrônico: Se não fizer o dever de casa, não ganha mesada.


O mercado de saúde suplementar esconde algumas peculiaridades que às vezes parecem travessuras. 

Por Doutor Sandro Scárdua

No mesmo momento em que simultaneamente ocorrem discussões de alto nível entre os seus “players” (que mania que nós temos de querer usar expressões de impacto!!!), todas tentando de alguma forma trazer alguma contribuição para esse intrincado jogo, alguém às vezes nos faz recordar o quão incoerente somos em cuidar para que a casca fique bonita, quando o recheio está azedo.

Essa é a situação em que se encontra a forma como os hospitais tratam de seus prontuários. Tantas vezes já foi falado sobre a importância da existência de prontuários preenchidos de forma adequada que chega a ser cansativo. Porém os avanços são tão tímidos no caminho da conformidade, que sempre valerá a pena ser lembrado.

O prontuário do paciente é o principal documento dentro da organização de saúde, notadamente a hospitalar. Ponto. Entretanto, salvo honrosas exceções, é freqüentemente relevado a um segundo plano. E por que isso ocorre?

Nossa cultura de “dar um jeito nas coisas” é muito forte. Com relação à classe médica, a minha classe, mais ainda. Somos corporativos e temos a tendência de transferir responsabilidades nossas para outros profissionais (quantas vezes as enfermeiras que trabalham conosco não preenchem documentos, dão orientações a pacientes, praticam atos que deveriam ser de nossa alçada?). Somos acomodados e tornamos quem está ao nosso redor acomodado também. Somos contagiantes no sentido de convencer a todos de que podemos fazer diferente, mas nunca o fazemos. Os setores de auditoria, tanto interna quanto externa, nem sempre tem a atitude ideal perante isso, pois implica em ser antipático, chato e mal visto. Diretorias hospitalares não gostam de auditores, principalmente os externos. Ainda mais se eles ficam “pegando no pé” com coisas tão desimportantes, né? Daí a pressionar quem quer que seja a trocar o profissional por outro mais tolerante é um pulo. Alguém já viu esse filme?

Os pacientes e seus familiares, em função de uma assimetria de informação engessada, também quase nunca sabem a diferença entre um prontuário adequado e outro não adequado. Muito menos imaginar que um desfecho ruim de seu ente querido pode ter alguma relação com isso. A justiça comum, portanto, em geral não tem alcance nessa questão.

Os tribunais éticos também só funcionam sob demanda. E são pequenas, pois ninguém quer se expor. Os próprios gerentes ou diretores médicos parecem não se importar muito com o fato, pois não se encontram com freqüência iniciativas moralizantes para com os prontuários dos pacientes.

As fontes pagadoras, essas sim podem a qualquer momento ampliarem sua atuação, passando a não remunerar mais contas hospitalares que contenham prontuários incompletos, rasurados, carecendo de objetividade e, principalmente, sem justificativa para a permanência do paciente no ambiente hospitalar. 

Podem mas não o fazem. E não o fazem porque seria uma sangria adicional bastante antipática nesse momento de crise. E, estrategicamente, o impacto para quem está pagando em geral não se compara a outros itens da conta que têm peso muito maior, e para onde são direcionadas todas as atenções (principalmente OPME). As auditorias são orientadas a isso.

Vamos então vivendo e vendo as transformações físicas e funcionais maravilhosas, tais como incorporações tecnológicas, padrão de hotelaria e “hostess” (olha nós de novo!) cada vez melhores, certificações pela qualidade, etc. Prontuário que é bom, nada.

 Aliás, mais recentemente os gestores têm investido na aquisição de sistemas de prontuário eletrônico. Essa ferramenta veio para revolucionar o dia a dia das organizações de saúde. Com relação ao prontuário, questões como a legibilidade e o armazenamento da informação são conquistas incontestáveis. Mas, em alguns hospitais, infelizmente tem servido para repetir os mesmos erros, e às vezes acrescidos de outros, tais como o uso excessivo do Control+C/Control+V. O problema não é a ferramenta. O problema é o que vai ser introduzido nela. Saber os princípios elementares da boa prescrição é uma questão de aprendizado na graduação, e que pode ser deturpado tanto no meio físico quanto eletrônico.

Vou dar uma dica aos gerentes médicos: tomem cuidado. Do jeito que a coisa anda, de nada vai adiantar ser um gigante dentro de uma perspectiva, e uma formiga em outra. Organização plenamente ajustada não se esquece de fazer seu dever de casa direito, para só assim poder fazer jus a uma posição de respeito e confiança.

Senão fica sem mesada.

Fonte: Saude Bussiness Web
Sandro Scárdua é formado em Medicina pela UERJ; mestre em Medicina Interna pela FIOCRUZ; especialista em Clínica Médica pela SBCM, em Medicina Intensiva pela AMIB e em Administração de Serviços de Saúde pela Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia – UFBA. Coordenador da Clínica Médica do Hospital Unimed lauro de Freitas (BA); coordenador Médico da Unidade de Terapia Intensiva INSBOT; membro do Comitê Gestor da Rede de Inovação e Aprendizagem em Gestão Hospitalar (Rede InovarH – BA) e sócio gerente da Sá Scárdua Consultoria em Saúde

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