Certificados digitais garantem transações bancárias
05/02/2013 - Brasil Econômico
O sobrenome de Sérgio Kulikovsky, de origem russa, é difícil de pronunciar, mas bem conhecido no universo empresarial brasileiro.
O engenheiro mecânico, formado na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, foi um dos pioneiros da internet brasileira com a criação de uma corretora de valores on-line em 1998, a NetTrade, mais tarde vendida para o Santander.
Em 2002, assumiu a presidência da Certsign, companhia de certificação digital, mas saiu em 2008 e passou a ocupar o conselho de administração, ao mesmo tempo em que investia como anjo em diversas empresas iniciantes.
Agora, está se aventurando em um novo universo, o de cartões carregáveis, com a criação da startup Acesso, empresa brasileira independente de emissão e gerenciamento de pré-pagos.
Lançada em novembro do ano passado, com R$ 15 milhões em recursos do empresário e de um grupo de investidores-anjo, a companhia sai no primeiro semestre deste ano em busca de um aporte de US$ 5 milhões de um fundo que aplique em empresas em fase inicial de constituição. “Levantar dinheiro hoje é o mais fácil, porque tem muitos fundos interessados no Brasil. Antes, tínhamos de ligar para eles para nos apresentar”, conta o executivo.
Em três meses de operação, a empresa conseguiu vender 30 mil cartões pré-pagos, comprados pela internet ou pelo varejo, carregados pelo cliente na internet, estabelecimentos comerciais ou correspondentes bancários e depois usados para saques e gastos no comércio on-line e físico. O cartão tem a bandeira MasterCard e é aceito em mais de 1,8 milhão de pontos de venda espalhados pelo país. A tarifa de manutenção do cartão é revertida integralmente em bônus de minutos para uso em celulares pós-pagos e créditos para celulares pré-pagos. Já os saques podem ser feitos em pontos disponibilizados pelo banco Bradesco. O cartão demora cerca de dez dias para chegar à casa do cliente, quando comprado pela internet, mas a meta é chegar em até três dias.
A ideia é atingir principalmente as pessoas que não são bancarizadas ou aquelas que planejam dar o cartão na mão de terceiros, sejam eles funcionários ou filhos, e manter um controle dos gastos. “Queremos dar acesso ao cartão para a pessoa que não tem e que é rejeitada pelo sistema bancário. Cerca 40% dos brasileiros não têm conta bancária e 55% recebem salário em dinheiro, segundo dados de 2011 do Banco Central”, aponta Kulikovsky.
A nova investida do executivo é em um mercado com grande potencial de crescimento no país. Para se ter uma ideia, pesquisa realizada pela bandeira MasterCard, em parceria com a Boston Consulting Group, destaca o Brasil e o México como os principais mercados para os cartões pré-pagos da América Latina, sendo que a estimativa é que o Brasil atinja US$ 65 bilhões em volume transacionado com esses plásticos daqui a quatro anos. No mesmo período, a América Latina chegará a um volume de US$ 133 bilhões e o mercado mundial, a US$ 822 bilhões. Já uma pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) revela que cerca de 20% da população têm alto interesse por cartões pré-pagos.
A previsão da Acesso é chegar a 300 mil plásticos até dezembro. “Nosso negócio atinge o equilíbrio no final deste ano, mas deve estar ‘bem na foto’ quando emitir 1 milhão de plásticos”, diz o executivo. Até agora, a compra dos cartões estava limitada à internet, pelo site da empresa, que recebe cerca de 2,5 mil visitantes ao dia, mas também poderá ser feita em pontos de venda no varejo, como em supermercadistas, farmácias e livrarias. “Até o final de ano, o número de pontos de venda será de 2 mil, porque estamos negociando com cinco ou seis grandes redes”, conta Kulikovsky, que ao final deste trimestre ainda planeja ampliar sua equipe de profissionais de 18 para 25 pessoas.
Fonte: Brasil Econômico
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